2012/12/30

O Mais Moderno dos Modernistas Antigos.


Há 109 (cento e nove) anos atrás nascia, em uma fazenda próxima a Brodowski, no interior de São Paulo, em 29 de dezembro de 1903, Cândido Portinari (1903–1962), aquele que seria reconhecido o artista plástico brasileiro de maior projeção internacional e um dos maiores nomes da arte brasileira no século 20.

Considerado, por alguns, o "mais moderno dos antigos", o "artista nacional", seu figurativismo foi, também, tomado, pelos jovens artistas da época, como uma ameaça à linguagem geométrica dominante e, por isso, teria sido classificado como “retrógrado”, embora sua projeção internacional fosse a mais intensa já experimentada por um artista brasileiro.

Portinari, Tarsila do Amaral (1886—1973) e Alfredo Volpi (1896-1988) são os pintores brasileiros (da primeira fase do modernismo, entre as décadas de 1920 e 1950) considerados fundamentais, inquestionavelmente. Portinari, em particular, além de ter sido um artista extraordinário, continua sendo reconhecido, também, como o representante de um “ideário político” de sua época.

Em suas obras Portinari conseguiu retratar várias questões sociais brasileiras da época e estabeleceu uma aproximação entre a arte moderna européia e o Brasil sem, contudo, de um lado, perder a admiração do público nacional e, de outro, desagradar ao governo brasileiro. Sua arte mantém muito fortemente características modernas embora haja uma aproximação clara do cubismo, do surrealismo e dos pintores muralistas mexicanos.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 30/12/2012

2012/12/29

Conversando com Di Cavalcanti, Degas, Leminski e a Arte Paranaense.


Nesta quinta, 27/12/2012, no Museu Oscar Niemeyer, nova conversa com a ARTE. Embora já tenha visitado (e apreciado), recentemente, todas as exposições em cartaz naquela casa, cada outra visita é sempre um novo encontro com diferentes descobertas e sensações, pois sempre percebemos detalhes que não nos eram possíveis apreciar em ocasiões anteriores. A Arte tem este poder: sempre nos surpreende a cada novo contado.

Dentre as diversas exposições em cartaz estão “Di Cavalcanti, Brasil e Modernismo”, “IDEA Brasil – O Melhor do DESIGN brasileiro de 2012”, “PR/BR – Produção da Imagem Simbólica do Paraná na Cultura Visual Brasileira”, “Museu em Construção”, “Degas: Poesia Geral da Ação. As Esculturas – Coleção MASP”, “Múltiplo Leminski”, “América do Sul, a Pop Arte das Contradições”, dentre outras.

Os Museus guardam a História e a Cultura de um Povo e de uma Nação. Visitemos, então, nossos Museus para entendermos melhor nossa História e aproximarmos nossa Cultura.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 29/12/2012

2012/12/28

Ciclos Contínuos Permanentes.


A História deve ser (continuamente) lembrada para ser (seguidamente) contada e (obrigatoriamente) avaliada.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 28/12/2012

2012/12/25

O ANTAGONISMO DO NATAL*.


Nas torres de senhoras igrejas
Os sinos em bronze talhados
Ecoam formosos, viris e altaneiros,
O álacre sentido que do Natal floresce.

Os seres pela fraternidade unidos,
Pelo significado da época,
Em afetuosos abraços e beijos,
Transmitem e aceitam a beleza que o amor ensina.

Ora, Ora, Ora! Como são hipócritas.
Como podem ser tão frívolos,
Tão mesquinhos e insensatos?

Ironias, ilusões e mentiras emolduram o Natal,
Pois que a beira de faustosos banquetes,
Milhões de seres oprimidos, esfomeados,
Padecem a dissipação da vida através da fome.

Enquanto as classes dominantes, fratricidas,
Trocam peles e jóias fabulosas,
Os flagelos sociais, derrocados,
Degradam-se por trapos e jornais,
Que lançados ao lixo,
Aplacam o frio que os congela.

Enquanto jovens e cultas raparigas,
Delicadas, acalentam em porcelana bonecas moldadas,
Outras de igual natureza, mas da riqueza desprovidas,
Amamentam raquíticas crianças providas da miséria.

Enquanto o luxo ostensivo
Reveste opulentas mansões,
Infectos casebres, tomados por desgraças várias,
Sepultam a indigência ali existente.

Sim. O Natal é belo para os que podem ter,
Horrível para os que vivem em total carência;
Veste-se de felicidade para alguns,
Triste e plangente, para a maioria se apresenta.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 25/12/2012

* Originalmente publicado em:
* DIAS, Carlos Magno Corrêa. Antinomias ou Realidades? Curitiba: C. M. C. Dias, 2002. ISBN: 85-900661-7-7.
* DIAS, Carlos Magno Corrêa. Contingências. Curitiba: C. M. C. Dias, 2005. ISBN: 85-88925-09-5.

2012/12/23

Dissociação Lógica do Intelecto Frente à Conjunção entre Forma e Matéria.


A enunciação precedente constitui o título do próximo livro que estou redigindo e que objetiva asseverar considerações sobre posições conflitantes que pretendem garantir que “o Intelecto é a última e mais valiosa das faculdades da alma humana” a menos de uma “Entelechia” primeira e fundamental. Nesta obra me obrigo a colocar em confronto direto com a Lógica a notória concepção que pretende afirmar que os “viventes racionais” (e não “outros” quaisquer) são substâncias únicas compostas de Alma e Corpo estando tais “elementos” (“dimensões”) um para o outro como “Forma e Matéria”.

Na obra em referência observo que o “ser racional” (e não, necessariamente, o “vivente racional”) é possuidor de três “dimensões” (ou “elementos”); quais sejam: Corpo, Alma e Intelecto (Corpus, Anima et Intellectu) que se integram (ou se dissociam), necessariamente, por uma “Entelechia”, mas resultante e final.

O Corpo é Matéria que retorna à natureza após a morte, sendo o arcabouço (físico, material) que sustenta (em simbiose, mas não em harmonia) a Alma e o Intelecto em vida (apenas). A Alma (o Espírito, o Etéreo) transcende (em níveis distintos a especificar) a vida após a morte para habitar mundos possíveis estratificados segundo o grau de qualidade (perfeição) que conseguir atingir e, por tal restrição, esta mesma Alma passa a ser escrava do “Cosmos”. O Intelecto, o “elemento unificador” (eterno, infinito e, também, transcendente), após a morte física (sobrevive e intensifica) sendo somado (imediatamente) à energia universal que move os mundos possíveis além do mundo físico e da vida terrena. Transcendendo a morte o Intelecto é depurado, filtrado, enriquecido a partir da eliminação das antinomias vivenciadas, passando, então, a integrar a energia que move o mundo real e os mundos possíveis adjacentes (a “Entelechia”, resultante e final).

“Dissociação Lógica do Intelecto Frente à Conjunção entre Forma e Matéria” deve ser tornada pública em meados de setembro de 2013 desde que, a despeito das contingências, não se processe (antes, talvez) a “dissociação” em referência a ser propriamente evidenciada.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 23/12/2012

2012/12/19

Perspectivas Involuntárias de Transcendência Temporal.


Os aniversários são necessários e importantes registros para a contagem de nosso tempo de permanência física neste mundo, mas são os Natais vivenciados e contados no hodierno de nossas existências que determinam a conclusão de cada ciclo de vida. Que o mundo não acabe sem antes completarmos mais um destes ciclos.

Carlos Magno Corrêa Dias

Curitiba-PR, 19/12/2012

2012/12/18

Guardiões da Cultura Nacional.


Os Museus guardam a História e a Cultura de um Povo e de uma Nação. Os Museólogos trabalham pela preservação e valorização destes patrimônios e participam efetivamente da transmissão de nossa Herança Cultural para garantir sempre presente a Memória Nacional. No dia 18 de dezembro, Dia do Museólogo, prestemos as homenagens a estes profissionais imprescindíveis para a manutenção e o fortalecimento da nossa Cultura. Saudemos, então, os Museólogos (os Guardiões de nossa Cultura) e visitemos, com maior frequência, os nossos Museus.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 18/12/2012

2012/12/17

ENIGMAS*.


A inteligência pede socorro.
Afogada pela lacuna do talvez
Perde-se em meio ao flagelo do quem sabe
E deixa-se instruir com a vontade do pode ser.

Condicionada pelo não sei
A certeza foge dos círculos pensantes
E, como um elefante cor-de-rosa,
Assombra várias mentes temerosas.

Dilema cruel e ao mesmo tempo banal
Assola a vulgaridade do luxo austero.
Porquanto, em branco escurecido
Tinge-se a alvura negra da cor perdida.

Perdido encontra-se algo esquecido
No íntimo de comunidade oclusa.
Verdade contrariada pela falsa afirmação
Transcende o contraditório do gado dominado.

Domínios não guarnecidos, mas infectados.
Infectos falsos poderes degenerados
Comandam o destino de fatalidades reais
Nas mentes virtuais de guardiões enfraquecidos.

Olha-se e não se vê aquilo que o nada produz.
Escuta-se o que não poderia ser ouvido.
Pensa-se na escuridão de idéias iluminadas
Para esconder-se no eterno vazio do todo.

Tudo que a todos conduz ao nada.
Nada totalidade do vazio em ato.
Potências desiguais em extremos relativos
Por nulidade absoluta espelha-se em totalidade.

Enigmas descobertos ou traduzidos,
Traduções interpretadas ou inventadas,
Bobagens transformadas em importância
Arrasam em oclusão charadas desvendadas.

Respostas possuídas de perguntas não feitas
Ilustram a existência de questões sem respostas.
Mas, enganos sobre enganos empilhados
Resolvem problemas sem determinação alguma.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 18/12/2012

Originalmente publicado em:
* DIAS, Carlos Magno Corrêa. Dilemas Cotidianos. Curitiba: C. M. C. Dias, 2010. ISBN: 978-85-88925-12-0.
* DIAS, Carlos Magno Corrêa. Contínuas possibilidades. Curitiba, 2011. ISBN: 978-85-88925-13-7. 

2012/12/16

Liberdade Promovendo Conquista Social e Individual.


Selvagem, familiar, hodierno, conflitante, afetivo, cruel, magnífico, surreal, presente, civilizado, tradicional, de vanguarda, mediador, essencial, fortuito, novo e quase revolucionário. Assim é “Valente”, da PIXAR/DISNEY, que traz como protagonista a surpreendente Merida.

A animação é entusiástica e gira em torno dos conflitos que possam ser gerados entre o senso de liberdade dos jovens e as tradições dos pais. Fortemente emocional, mas, também, crítico e divertido, o enredo põe em confronto o espírito selvagem da jovem Merida e a etiqueta social como obrigação asseverada por sua mãe. Assim, o embate entre a liberdade e a tradição está no centro do roteiro e se mostra repleto de significados que objetivam evitar a destruição da noção de família, tendo por mediadora a própria Mérida (o que constitui outra inovação).

Na trama, muito bem conduzida, a jovem princesa dá, entretanto, provas que a diplomacia como forma de valor moral pode ser introduzida nos contos infantis para mostrar que a família (embora essencial) tem forma heterogênea e é conflituosa mas que pode ser “vivida” em conjunto para o bem de todos os envolvidos desde que preservando-se o respeito, garantido-se a amizade e o amor e, sobretudo, reconhecendo e entendendo as individualidades.

Movimentado, curioso, e, também, divertido, “Valente” é de prender a atenção do começo ao fim. Mas, o mais interessante (o moderno, aquilo que garante vanguarda) na animação é o avanço que os produtores se permitiram aceitar ao criar um roteiro infantil que provoca, incentiva, faz refletir e, ao mesmo tempo, ensina (a quem estiver disposto a aprender ou a apreender, independente da idade) que a liberdade pode ser direcionada para a conquista social e individual.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 16/12/2012

2012/12/11

Aos Politécnicos o Sempre Engendrar.


No dia do Engenheiro, 11 de dezembro, dia quando foi regulamentada a profissão de Engenheiro no Brasil em 1933, faço relembrar o conhecido JURAMENTO: “Prometo que, no cumprimento do meu dever de Engenheiro não me deixarei cegar pelo brilho excessivo da tecnologia, de forma a não me esquecer de que trabalho para o bem do Homem e não da máquina. Respeitarei a natureza, evitando projetar ou construir equipamentos que destruam o equilíbrio ecológico ou poluam, além de colocar todo o meu conhecimento científico a serviço do conforto e desenvolvimento da humanidade. Assim sendo, estarei em paz Comigo e com Deus.”

Que Minerva continue, também, a incentivar e a orientar os Politécnicos (os ENGENHEIROS) a sempre ENGENDRAR soluções para a melhoria de vida de nosso Povo e de nossa Nação.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 11/12/2012

2012/12/04

Transcendente Falsificação Contingente.


A morte não mente. Apenas falsifica realidades contingentes no plano superior da vida.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 04/12/2012

2012/12/03

Dilema Prolixo de Contingente Dedução.


Quando olhamos para o passado dois sentimentos afloram (inevitavelmente): a saudade e o remorso. O primeiro é próprio de nossa natureza humana e não há como evitar; mas o segundo é condicionado pelo nosso arbítrio que traz arrependimento presente sobre diversas possibilidades que, sabemos, bem poderiam ter sido evitadas. No presente, cegos convenientes, não enxergamos, geralmente, aquilo que se transformará em saudade ou em remorso. Dizem que não há como prever o futuro e, portanto, não teríamos como presumir o que poderá se transformar em saudade ou remorso em nosso destino. Contudo, mesmo sem previsões, todas as vezes que “olhamos” para o futuro este se modifica eliminando saudades futuras e garantindo, estranhamente, uma maior quantidade de remorsos.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 03/12/2012