2024/03/14

Prefácio à primeira edição de “Tautologias em razões contraválidas”.


Prefácio à primeira edição de “Tautologias em razões contraválidas”.

Curitiba: Carlos Magno Corrêa Dias, 2004.
ISBN 85-88925-06-0.


Alguém teria afirmado que duvidar de tudo ou crer em tudo é muito cômodo, porque em ambos os casos somos dispensados de refletir. Ao refletir passa-se, inevitavelmente, a questionar e, assim, não mais acreditar-se-á em tudo ou duvidar-se-á de tudo. Tem-se instaurado, com a reflexão, a despeito de quaisquer intenções ou prerrogativas, uma necessidade: a procura da verdade.

Sem a reflexão, na melhor das hipóteses, não somos coisa alguma. Pois, se somos aquilo que nos permitimos refletir, tudo o que somos é devido, basicamente, aos nossos pensamentos.

Assim, mais uma vez me vejo obrigado a apresentar alguns pensamentos que julgo necessário por em discussão para poder, simples e efetivamente, através de poesias, obrigar-me a refletir e a suscitar uma possível reflexão por parte daqueles que possam vir a ler os versos adiante apresentados.

Sem reflexão, o ser humano – por mais que saiba, possua ou viva – não é coisa alguma de essencial. Contudo, o próprio homem já convenceu-se que mais do que feito para pensar, toda sua dignidade, todo seu mérito e todo seu dever consiste em refletir para poder conhecer corretamente.

É a reflexão uma espécie de tribunal individual onde cada homem é, ao mesmo tempo, o réu, o júri e o juiz de sua própria consciência. Do julgamento de seu pensar está no homem o futuro do próprio homem.

Sem o refletir não é possível balizar as relações existente entre o falso e o verdadeiro, entre o problema e a solução, entre a vida e a morte, entre a certeza e a dúvida, entre a consciência humana e os valores sociais, e, em geral, entre o ser e o não-ser.

Mas, tão importante quanto o refletir é a possibilidade de, com liberdade, favorecer a sua existência ou incentivar a sua ocorrência mediante algum tipo de motivação.

No sentido em pauta, a poesia é assaz eficaz e constitui um excelente agente desafiador que conduz, inevitavelmente, para o mundo próprio do pensar. Porquanto, ao ler uma poesia é, de todo, impossível evitar remeter-se àquilo que a mesma propõe sem levar em conta alguma forma de análise reflexiva (mesmo que subliminarmente).

Os versos que compõem esse livro tratam de questões relacionadas com os sentimentos, a moral, o social, algumas angústias, determinados valores; enfim, abordam temas pertinentes ao cotidiano próprio do homem. Seguindo uma lógica de acontecimentos, as poesias querem chamar a atenção para problemas, ou antes dificuldades, ligadas tanto ao viver quanto ao sobreviver das pessoas.

Todavia, evitando, tanto quanto possível, dogmas assimilados, sem, entretanto, despir-se dos juízos de valor particulares, as poesias apresentadas nesse livro (em sua grande maioria) pretendem chamar a atenção dos leitores para questões que (quase sempre) são deixadas no esquecimento ou, como é mais provável, ou mesmo oportuno, são evitadas; dado o incomodo constrangimento a que podem levar aqueles que com elas se vejam envolvidos.

Que o conteúdo desse livro possa gerar questionamentos necessários mas nunca suficientes. Que estimule a imperativa análise de certas convicções ou posicionamentos que devido à comodidade impõem-se como naturais. Que o livro contribua para a constante busca das imprescindíveis respostas de muitas questões esquecidas. Que ajude, simplesmente, e notadamente, a pensar, a refletir um pouco.

Como sempre, e entretanto, devo agradecer àqueles que nos estimulam a continuamente seguir em frente. Assim, agradeço aos meus pais José Waldetaro e Cirene Terezinha, pela vida que me deram, por suas orientações e pelo constante incentivo ao estudo e à pesquisa.

Agradeço à minha esposa Inês pelo companheirismo e constante incentivo. Às minhas filhas Mariana Carolina e Juliana Cecília, agradeço o amor e o carinho, mas, principalmente, ao interesse que sempre demonstram pelas questões relacionadas com o conhecimento e a aplicação desse na melhoria de nossa realidade.

Porém, acima de todos e de tudo, agradeço a DEUS. Sem Sua proteção não estaria eu mais nesse mundo e esse trabalho não poderia existir.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 01/12/2004