2024/03/17

Prefácio à primeira edição de “Paradigmas da necessidade”.


Prefácio à primeira edição de “Paradigmas da necessidade”.

Curitiba: Carlos Magno Corrêa Dias, 2011.
ISBN 978-85-88925-14-4.


PARADIGMAS DA NECESSIDADE é destes livros estranhos que embora não pretendam disseminar os dogmas de uma filosofia é apenas uma filosofia declaratória de alguém que se obriga filosofar.

Mas o livro não anseia traçar possíveis limites para o pensar. Pelo contrário, sugere avançar as fronteiras de pensamentos induzidos para sujeitar a interiorização de preceitos necessários deduzidos dos valores da reflexão.

Muitas soluções são contempladas sem, entretanto, citar os problemas geradores. Posições são consideradas que há muito foram esquecidas como triviais. Críticas gritaram no silêncio de não poucas conveniências.

Não são seguidos padrões convencionais de exposição e os temas envolvidos se repetem esparsos em ciclos de insistência intencionais para permitir interferências no pensamento que se julgam devam obrigar relacionamentos constantes para o confronto entre posições assumidas.

Não são disponibilizados um esclarecimento panorâmico e uma articulação de ideias que permitam ao leitor vislumbrar algum caminho seguro a seguir após a leitura da obra. Mas, é pretendida, uma maior liberdade de movimentos nos campos do questionar por aqueles que se sintam provocados, de alguma forma ou por determinado motivo, a modificar posturas vivenciais.

Provocação. Provocação para acender. Gerar pensamentos. Ligar reflexões. Desfazer embotamentos. Sentir necessidades. Ultrapassar parcialidades para perceber o essencial da dignidade. Tecer relações entre as contradições para permitir conjeturar horizontes. Estes seriam objetivos estimados, possivelmente tangíveis, com os quais os aforismos presentes nesta obra estariam relacionados.

Embora as provocações transitem em distintos níveis e em direções sempre avolumadas ou imprecisas, são propositadas razões causais para alvitrar, em dada medida, mais intensamente nas entrelinhas que explicitamente, reflexões sobre o essencial de um mundo mais humano que persiga a dignidade e a harmonia.

São, então, provocadas, no conjunto da obra, reflexões que venham constituir respostas ao desconhecimento das faculdades que promovam elucidação de valores e compreensão necessária em um mundo tão insensato e em uma realidade tão brutalmente cruel que se distingue por não transcender para a dignidade.

Contestação dos fatos seria, talvez, a primeira consequência da impossibilidade de se constituir decifrações para melhor entender o mundo que impõe limites desumanos aos humanos que anseiam respeito e dignidade. Mas, é urgente pensar um mundo mais humano.

A apresentação dos aforismos não seguirá, como precedentemente afirmado, qualquer ordem sistematizada ou, pelo menos, não se confessará, de forma direta ou imperativa, justificativa para a ordem considerada que se impôs adotar. Aponha-se, entretanto, que os Aforismos serão apresentados em classes adjetivadas (predicadas) como: Aforismos Contingentes, Aforismos Incontidos, Aforismos Causais, Aforismos Moderados, Aforismos Projetados, Aforismos Dependentes, Aforismos Necessários e Aforismos Jamais Suficientes.

A lógica, ou a filosofia subjacente, da correspondente classificação e a relação necessária entre as classes consideradas serão discutidas (ou tornadas reveladas) em obra a ser lançada na sequência.

Que os aforismos arrolados nesta obra possam conduzir a uma aventura no campo dos benefícios de um crescimento antropológico e filosófico que obrigue o bem, a valorização, a preciosidade do homem.

Agradeço aos meus pais, José Waldetaro e Cirene Terezinha, pela vida que me deram, pelas orientações e pelo incentivo ao estudo e à pesquisa.

Agradeço à minha esposa Inês, pela sua compreensão. Às minhas filhas Mariana Carolina e Juliana Cecília, agradeço o amor e o carinho.

A DEUS, sempre haverei de agradecer. Ainda mais agora que chego à compreensão que sem a certeza de Sua proteção as realidades que habitamos seriam muito mais assustadoras e perigosas.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 21/11/2011