2024/03/16

Prefácio à primeira edição de “Contínuas possibilidades”.


Prefácio à primeira edição de “Contínuas possibilidades”.

Curitiba: Carlos Magno Corrêa Dias, 2011.
ISBN 978-85-88925-13-7.


A poesia já há muito tempo vem sendo considerada das artes aquela que mais propriamente nos impõe o confronto entre a efemeridade da criação e a conjunção irrestrita dos sentimentos mais profundos e duradouros.

À poesia cabe, também, transcendendo o mundo material, a possibilidade ilimitada de exteriorizar e potencializar sentimentos ao recorrer incondicionalmente à utilização da palavra para propor a singular simbiose entre a imaginação do autor e a do leitor.

Em CONTÍNUAS POSSIBILIDADES, é perspectivado corroborar os desígnios referenciados precedentemente para, nas entrelinhas dos versos engendrados, avançar no caminho que leva às relações precípuas entre as ideações particulares e os acontecimentos gerais que condicionam a normalidade do cotidiano que, embora insensato, é determinante.

As poesias consideradas nesta obra não se deixam render a esta ou àquela forma literária e são desenvolvidas em derivações distintas que mais estão interessadas em promover o refletir entre o condicionante sensível, o remotamente plausível e o necessário questionável. Não querem as mesmas proclamar dogmas, mas se obrigam resgatar entendimentos ou alvitrar fantasias.

O conteúdo considerado não pretende causar sensações de apreensão, ruptura ou desilusão tais quais os ensaios líricos mais contundentes, apaixonados ou críticos. Não querem, também, promover polêmicas ou suscitar sujeições. Objetivam, porém, provocar possibilidades na contínua busca pela reflexão.

Assim, a combinação entre o sentimento e a imagem estigmatizada querem, em torno da significação das palavras, chamar os ânimos a olhar com atenção o limite entre o discernimento e o seu oposto causal no cotidiano que se desenvolve sem refletir diferenças e distinguir significados.

Permitir romper o extremo do formal para dissimular, ou, possivelmente, amenizar, estranhezas de preconceitos é, ainda, objetivado ao se lançar na realidade do mundo os versos aqui traçados que na imaginação tiveram sua necessidade de existir e que a leitura dos mesmos, por certo, permitirá manter a sempre possível interação entre os valores que se almejam defender.

Que para além das palavras organizadas segundo a forma, pois que sempre uma configuração material será exigida independentemente das interiorizações pensadas ou dos sentimentos externados, possam os versos aqui propostos provocar a mente a transcender o senso do contingencial que aprisiona e limita.

Agradecemos a todos aqueles que nos honrarão com a leitura do presente trabalho e que se permitem buscar o entendimento do mundo.

Agradecemos, também, a todos que nos amam e que nos possibilitam o sempre avançar.

Que Deus nos ilumine e sempre nos proteja.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 03/11/2011