2024/03/19

Prefácio à primeira edição de “Juízos justapostos”.


Prefácio à primeira edição de “Juízos justapostos”.

Curitiba: Carlos Magno Corrêa Dias, 2015.
ISBN 978-85-88925-22-9.


A poesia não separa o homem da natureza, a liberdade do poder, a humanidade do divino, a justiça da lei, e, nem tão pouco, a filosofia da ciência, o passado do futuro, a vida da morte. Pelo contrário, a poesia se obriga simbiose múltipla entre distintos atores para promover transações que promulguem sempre reflexões.

As ligações da poesia visam esclarecer conceitos que possam ser disseminados por intermédio da palavra para o entendimento da construção de sentimentos em muitas das vezes não percebido por aqueles que não são, frequentemente, convidados à resignificação semântica da palavra dentro de contextos para perspectivar, a partir de valores assumidos, novos e possíveis sentidos. Cabe à poesia, então, a ligação do imaginário com o mundo real por meio da atribuição de significados para transcender ao normativo e operar transformações pela criação.

Como um ser vivo, com prerrogativas próprias, a poesia força a realidade existente a se manifestar e obriga o ser pensante a refletir de forma livre e sem subordinação.

Mas, a poesia faz a realidade existir para ser analisada no íntimo daqueles que se permitem o correspondente contato (em muitas das vezes, estranhamente, impossibilitado por preconceitos ou outros entraves condicionantes).

Que o conjunto de poesias pensadas em JUÍZOS JUSTAPOSTOS (na restrição de particular concepção) venha promover, independentemente de posições já assumidas, o compromisso com a reflexão sobre a existência da realidade que vai muito além da simples percepção condicionante do hodierno de cada ser pensante e nem sempre cônscio de sua própria existência individual.

JUÍZOS JUSTAPOSTOS reúne poesias que contemplam observações imateriais presenciadas nos ciclos de individual existência material e se propõem contribuir para transcender ou mesmo fazer enxergar realidades não percebidas ou camufladas pelos diversos dogmas do usual (compulsivos, e nem sempre compulsórios) e da naturalidade.

Em obras anteriores um propósito algo semelhante já havia sido delineado sem, entretanto, atingir de forma integrada, densa, proposital, ou categórica, afirme-se específica, a maneira peculiar que agora se aponta, conjuntivamente, em JUÍZOS JUSTAPOSTOS.

Em conjunto se avolumam intenções, emoções, percepções, imaterialidades, orientadas por inevitáveis juízos de valor, sobre realidades existentes as quais se deseja por em evidência para o necessário questionamento.

Que os versos a seguir evitem compulsivas interpretações e obriguem compulsórios questionamentos.

Aos que nos amam incondicionalmente, agradeço o continuado apoio, o intensificado estímulo e a sempre e indispensável presença.

A DEUS, agradeço continuamente.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba, 01/01/2015