2024/03/16

Prefácio à primeira edição de “Contingências”.


Prefácio à primeira edição de “Contingências”.

Curitiba: Carlos Magno Corrêa Dias, 2005.
ISBN 85-88925-09-5.


Em sistemas bivalentes e dicotômicos, orientados pela identidade, não-contradição e terceiro excluído, os enunciados podem ser predicados, segundo o tipo de resultados que originam, como sendo tautologias (proposições logicamente verdadeiras), contradições (proposições logicamente falsas) e contingências (proposições contingentes).

As tautologias são enunciados opostos às contradições e denotam aquelas sentenças cujo valor lógico é sempre a verdade independentemente da enunciação da sentença em análise. Reciprocamente, as contradições seriam as negações das necessárias tautologias.

Contingências, então, são as sentenças que apresentam, dependendo dos valores de suas componentes, pelo menos um dos valores mutuamente excludentes; quais sejam: a verdade e a falsidade. Assim, poder-se-ia dizer que uma proposição cuja verdade e falsidade são igualmente possíveis de ocorrer como resultado predicado à sentença corresponde a uma proposição contingente.

De forma menos formal, uma contingência está relacionada a algo que pode vir a acontecer ou não, sendo uma eventualidade e, por isso, não correspondendo aos absolutos tautológico ou contraválido (ou contradição); mas, que pela verdade e pela falsidade vão ocorrer, em dado momento, partindo-se de um mesmo referencial.

Contingentes são, pois, os temas tratados pelos versos que fazem parte dessa coletânea. Contingências são levadas em conta nas poesias que constituem o trabalho em questão.

Em Contingências, denominação arbitrada para essa obra, os propósitos afirmam implicitamente as intenções já reveladas, particularmente, em cada uma das três obras já publicadas anteriormente pelo autor.

Aqui tais intenções são ratificadas como necessárias e não suficientes. São tidas como contingenciais e não absolutas. São contingências no sentido de promulgaram a verdade e falsidade para mesmas proposições dependendo da visão daquele que as observa. Se fossem dialéticas, admitiriam a possibilidade da coexistência da verdade e da falsidade ao mesmo tempo; o que por certo não se verificará.

Os temas subjacentes postos em evidência embora por necessidade sejam apenas uma pequena fração do que poderia ser considerado, está de acordo com algumas recomendações mínimas para se vislumbrar reflexões sobre a realidade condicional e não tautológica (mas, também, não contraválidas) que vêm escravizar o ser no mundo das contingências.

O sentido e a finalidade da vida deve dirigir as reflexões sobre os ideais de cada um no mundo possível que se permita construir. Não conseguindo concordar com absurdos conceituais impostos por uma sociedade satisfeita em promover a injustiça, lançam-se palavras agrupadas em versos para tentar, através da poesia, enfraquecer aquilo que faz sofrer e revoltar.

Para diminuir a distância entre o pseudo bom senso e a necessária razão procura-se na forma condicional das contingências contrapor a compreensão e a aceitação passiva do dilema que envolve a omissão patente em uma sociedade que pouco se esmera para atingir o aperfeiçoamento moral da vida coletiva.

Apresentam-se, então, uma compilação das poesias anteriormente publicadas cujo objetivo primário é apenas, e tão somente, o de possibilitar a reflexão por parte daqueles que tenham acesso às mesmas sobre questões que a realidade hodierna insiste em não responder.

Agradeço aos meus pais, José Waldetaro e Cirene Terezinha, pela vida que me deram, pelas orientações e pelo incentivo ao estudo e à pesquisa.

Agradeço à minha esposa Inês, pela sua compreensão. Às minhas filhas Mariana Carolina e Juliana Cecília, agradeço o amor e o carinho.

A DEUS, continuo a agradecer. Porquanto, mais e mais, me convenço que sem Sua proteção não poderia eu permanecer naquele que chamamos de mundo real e meus trabalhos não existiriam nessa realidade.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 01/12/2005