2012/09/18

Divisa Positivista Envolve o Cruzeiro do Sul.


Como todos sabemos, a Bandeira Nacional, as Armas Nacionais (ou o Brasão Nacional), o Selo Nacional e o Hino Nacional constituem os quatro Símbolos Nacionais que representam o nosso Brasil, nos identificando como Nação e como Cidadãos que compartilham uma mesma terra e uma mesma língua.

Os Símbolos Nacionais foram regulamentados pela lei número 5700, de 1 de Setembro de 1971, que dispõe sobre a forma e a apresentação dos mesmos, dando outras providências.

Comemoramos no dia 18 de Setembro o “Dia dos Símbolos Nacionais.

É importante relembrar, quando da comemoração deste dia, que a Bandeira Nacional foi criada em 19 de novembro de 1889, quatro dias depois da Proclamação da República.

No capítulo IV, artigo 28, fica definido que as cores nacionais são o verde e o amarelo. Originalmente, entretanto, as cores verde e amarelo estavam associadas à casa real de Bragança (a qual pertencia D. Pedro I) e à casa imperial dos Habsburgos (a qual pertencia a D. Leopoldina), respectivamente.

Com o passar do tempo, entretanto, os significados originais foram sendo substituídos por adaptações criadas pelo povo de forma que o verde em nossa bandeira passou a simbolizar as matas enquanto que o amarelo as riquezas nacionais. Também, segundo o desejo do povo brasileiro, o azul representaria a céu do Brasil e o branco denotaria a paz que deve reinar no Brasil.

Como a Proclamação da República se deu às 8h30min do dia 15 de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, originalmente, o círculo azul representava o céu daquele dia com a Constelação do Cruzeiro do Sul. Porém, com a Lei número 8421, de 11 de maio de 1992, a última Bandeira Nacional sofre uma única alteração, quando todos os novos estados brasileiros, bem como o Distrito Federal, passaram a ser representados sempre por estrelas, sendo suprimidos de sua representação os estados extintos e acrescidos os novos estados criados no futuro.

Há de se salientar, também, que a ideia da atual Bandeira Nacional foi desenvolvida, em conjunto, por Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), Miguel Lemos (1854-1917) e Manuel Pereira Reis (1837-1922). O desenho do disco azul foi executado pelo pintor Décio Vilares (1851-1931).

Mas, saliente-se que a inspiração para a atual Bandeira Nacional (a quinta Bandeira Nacional de nossa história) tem sua origem na Bandeira do Império que foi desenhada pelo pintor francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848). Em relação àquela bandeira, no lugar da Coroa Imperial, por sugestão do General Benjamin Constant (1836-1891), foi colocado o círculo azul com a divisa positivista "Ordem e Progresso" grafada na faixa branca.

O lema “Ordem e Progresso”, de autoria do filósofo e positivista francês Augusto Comte (1798-1857), está associado à fórmula máxima do Positivismo: “L'amour pour principe et l'ordre pour base; le progrès pour but" (“O amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim"), a qual se decompõe em duas divisas: uma moral, “Viver para outrem” e outra estética, “Ordem e Progresso” sintetizava os ideais republicanos: a busca de condições sociais básicas e o melhoramento do país.

Quanto às Armas Nacionais (ou Brasão Nacional), estas representam a glória, a honra e a nobreza do Brasil. A criação das Armas Nacionais ocorreu na mesma data em que foi criada a Bandeira Nacional. As Armas Nacionais são formadas por um escudo redondo sobre uma estrela de cinco pontas e uma espada. No centro, há a representação do Cruzeiro do Sul; à esquerda há um ramo de café e à direita um ramo de fumo. Na base há uma flâmula com a inscrição “República Federativa do Brasil” e “ 15 de novembro de 1889”.

Já a finalidade do Selo Nacional, reproduzindo o círculo que faz parte da Bandeira Nacional, é a de autenticação dos documentos oficiais; sendo seu uso obrigatório em qualquer ato do governo e em diplomas e certificados escolares.

O Hino Nacional do Brasil, por sua vez, cuja letra é de Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927) e a música é de Francisco Manuel da Silva (1795-1865), foi oficializado pela Lei número 5700, de 1 de setembro de 1971, tendo sido publicada no Diário Oficial em de 2 de setembro de 1971.

Reconheçamos sempre nossos Símbolos Nacionais e saldemos o “Dias dos Símbolos Nacionais”.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 18/09/2012

2012/09/14

Transcendentem veritatem: “Exaltatio Sanctae Crucis”.


Do latim cruce, cruz (†) corresponde simplesmente à figura geométrica formada por duas linhas ou barras (normalmente na horizontal e na vertical) que se cruzam em um ângulo de noventa graus, dividindo uma das linhas (ou ambas) ao meio.

Mas, a humanidade deu um significado degradante à forma em referência quando resolveu registrar sua crueldade e perversidade amarrando ou pregando seres humanos em um madeiro que se colocava transversalmente ao já criado stau-rós (que em grego significa “estaca reta” ou “poste”) que era uma “estaca de tortura” fixada verticalmente ao solo e preparada para o suplício dos condenados à morte.

A história conta que em Roma houve o tempo no qual os julgados culpados por algum “crime” eram fixados com cordas ou pregos em uma CRUZ e açoitados até a morte. Tal procedimento pretendia, de um lado, impor (mediante profunda humilhação) castigo físico e moral ao condenado e, ao mesmo tempo, alertar que o mesmo iria acontecer com todo aquele que cometesse “crimes” similares aos praticados pelo crucificado. Não deve ser deixado de mencionar, entretanto, que os corpos, atados às cruzes, ou antes disto, fixados nas estacas de tortura, não podiam ser enterrados haja vista que eram devorados ou por cães famintos ou pelos abutres.

Por contraditório que pareça, no dia 14 de setembro faz-se a “Exaltação à Santa Cruz” (Exaltatio Sanctae Crucis) quando se celebra a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo da vitória sobre o pecado, a morte e o demônio. Chamava-se, no rito Romano, o “Triunfo da Santa Cruz”. Desta forma, paradoxalmente, mas envolvido em mistério ímpar, um instrumento cruel e degradante de tortura, passou a ser objeto de culto por uma enorme parcela da humanidade. Mas, aqueles que têm fé bem o sabem porquê. Pela cruz as trevas são repelidas e a luz retorna. O uso da cruz é uma declaração de fé e ao mesmo tempo uma forma de oração sem palavras.

Historicamente, a celebração evoca o fato do imperador Constantino ter mandado construir em Jerusalém uma basílica no Gólgota e outra no Sepulcro de Jesus, tendo a dedicação dessas basílicas sido realizada em 13 de Setembro de 335. Como no dia seguinte, 14 de setembro de 335, o imperador recordou ao povo o significado profundo das duas basílicas e mostrou o que restava do lenho da cruz onde foi crucificado Jesus de Nazaré, tal data passou a ser reconhecida como o “Dia da Exautação da Santa Cruz”.

Independente, então, dos significados possíveis, comemora-se, com festa, em diversas partes do mundo, o dia 14 de setembro como sendo o “Dia da CRUZ”.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 14/09/2012

Rumos Convergentes entre Educação e “Sustentabilidade”.


Ao se objetivar incrementar o diálogo entre as Instituições Acadêmicas e as Indústrias é necessário considerar que Ciência e Tecnologia deveriam perseguir um mesmo objetivo. Este poderia ser o tom das conversas ou diálogos a serem mantidos entre os diversos agentes em referência para traçarmos um rumo efetivo que leve, rapidamente, ao desenvolvimento de nosso país.

Desenvolver uma Política de Estado capaz de agregar as forças da Indústria, da Universidade e do Governo, bem como, dos demais Setores da Sociedade, para atingir, efetivamente, a melhoria de vida das Pessoas e o pleno desenvolvimento da Nação é fundamental para o real progresso do país e para deixarmos de vez, num passado distante, o estigma de sermos um país subdesenvolvido. Porquanto, é pensado que não havendo este fim comum cada setor continuará trabalhando isoladamente e, em muitas das vezes, reproduzindo esforços já empreendidos; correndo-se o risco, como é muito natural, de sequer considerar vários aspectos importantes para o progresso.

A união de esforços entre o Governo, os Setores de Produção e a Academia, visando o real desenvolvimento da Nação e a qualidade de vida da Sociedade, poderia ser atingida se estes atores se pautassem firmemente nas Leis Federal e Estaduais de Inovação (agregando, também, quando for o caso, as possibilidades das Leis Municipais de Inovação) para perspectivar as necessárias soluções dos inúmeros problemas do mundo real. Mas, como já observado em oportunidades anteriores, no Paraná, em particular, as distâncias entre o Meio de Produção e as Universidades Públicas (por exemplo) são ampliadas cada vez mais por não termos, ainda, uma Lei de Inovação Estadual Regulamentada; embora já tenhamos a Lei de Inovação do Paraná recentemente sancionada em 24 de setembro de 2012 pelo Governo do Estado.

Uma outra forma possível de aproximação entre Ciência e Tecnologia, entre Conhecimento e Produção, entre a Universidade e a Indústria, poderia ser alcançada mediante a efetivação de projetos que objetivassem uma maior iteração entre a Educação e “Sustentabilidade” para a ampla conscientização e realização das chamadas “Boas Práticas”.

Um exemplo significativo desta possibilidade já é observada no projeto "Educar para a Sustentabilidade", desenvolvido pelo Núcleo de Intituições de Ensino (NIE), do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), da Federação das Indústrias (FIEP), projeto este que tem como meta sensibilizar Educadores mostrando a importância do papel dos mesmos como agentes de transformação.

Lançado no ano passado, o “Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade” tem como norteadores a Carta da Terra para Educação, o Pacto Global e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

No último dia 06 de agosto de 2012, no CIETEP da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP) foi realizado um “Diálogo sobre o Movimento Paraná Educando na Sustentabilidade”, promovido pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE), por meio do Núcleo de Instituições de Ensino (NEI), da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), quando dialogamos sobre a questão da inclusão da Sustentabilidade nas distintas propostas curriculares e nas práticas educacionais vigentes além de pontuar as questões levantadas nesta redação.

Contudo, é necessário salientar que se percebe a existência de controvérsias sobre os significados do termo “Sustentabilidade” ou, de outra forma, que não são muito claramente consideradas, em geral, aquelas diretrizes ou as primeiras regras sobre o que deveria ser entendido por “Sustentabilidade”. Não há, de outro lado, também, a socialização do significado do termo “Sustentabilidade”, embora sejam solicitadas, em distintos setores da Sociedade, a prática de ações que visem a “Sustentabilidade”.

É suposto que a partir de uma “definição” ou de um “entendimento” comum sobre “Sustentabilidade” poder-se-ia mais adequadamente pensar nas competências a serem desenvolvidas pelos Educadores. Percebe-se que aqueles que se permitem envolver com as correspondentes questões vez ou outra têm dificuldades em nortear suas ações em decorrência de não haver um marco regulatório socializado entre as comunidades que necessitam praticar “Sustentabilidade”. Um padrão de referência à “Sustentabilidade” poderia ser engendrado e tornado público de forma que os interessados convergissem seus esforços mais fácil e rapidamente para o núcleo gerado.

Cabe salientar, ainda, quanto à não generalização do termo “Sustentabilidade” que, infelizmente, na maioria dos casos, de forma geral, o termo “Sustentabilidade” não é adequadamente compreendido pelas Instituições de Ensino. De forma particular, entretanto, é percebido, com preocupação, que muitas das Instituições de Ensino por não manterem relações de proximidade com as Indústrias não têm conhecimento sobre as correspondentes demandadas quanto à “Sustentabilidade”. Assim, as Instituições de Ensino e as Indústrias (juntamente com o Governo) poderiam, o mais brevemente possível, se reunir para estabelecer as diretrizes que contemplassem qual entendimento comum têm sobre “Sustentabilidade”; objetivando, em consequência, a reunião de esforços para o trabalho conjunto em torno da “Sustentabilidade” pensada.

Criada as regras (ou as diretrizes) sobre “Sustentabilidade”, um segundo momento do processo seria despertar a consciência dos cidadãos para agir de forma a reverter o processo de “Sustentabilidade” e suas consequências locais e globais.

É imperativo chamar a responsabilidade de cada um para a necessidade de se garantir a “Sustentabilidade” como benefício para todos. Contudo, sem pensar REGRAS claras sobre a prática da “Sustentabilidade” para o bem comum, dificilmente poder-se-á instituir um compromisso com conseqüências do não desenvolvimento da “Sustentabilidade”. Pensa-se ser necessário um conjunto mínimo de princípios para uma REGULAÇÃO do tema, para poder fazer o processo seguir naturalmente desenvolvendo-se um senso em torno do termo “Sustentabilidade”. As pessoas devem ser orientadas sobre o que é “Sustentabilidade”. Mas, devem ser convencidas, primeiramente, que não há outro caminho a seguir que não seja o da “Sustentabilidade”.

No sentido pretendido, é vital, porém, chamar o Governo para conversar juntamente com a Academia e os demais Setores da Sociedade sobre as diversas questões envolvidas. Marcos regulatórios sobre “Sustentabilidade” são prementes, embora se deva ter consciência que todos são responsáveis pela “Sustentabilidade” e que responderemos em futuro próximo se não a praticarmos efetivamente.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 14/09/2012

2012/09/10

Vitoriosos na Eficiência, Exemplos na Superação.


Aos Super Humanos das Paraolimpíadas de Londres 2012 obrigado pelas lições e pela diferença que fizeram ao superar limites, vencer preconceitos, demonstrar eficiência, competência e grandeza. Serão reconhecidos, para sempre, pela Glória, como verdadeiros Heróis. Que suas Vitórias possam mostrar o caminho para um futuro melhor.

Carlos Magno Corrêa Dias
Curitiba-PR, 10/09/2012

2012/09/07

Depuração Introspectiva por Renovado Aprendizado.


Algumas obras nos obrigam renovadas leituras em fases posteriores de nossas vidas para que possamos perspectivar horizontes antes não vislumbrados. Tais obras têm na releitura a possibilidade de um novo aprendizado particular ou uma compreensão que anteriormente ou não éramos capazes de apreender ou que não estávamos dispostos a sequer considerar. “Les Misérables” (Os Miseráveis), obra escrita pelo francês, poeta, ativista pelos direitos humanos, dramaturgo, ensaísta, novelista, artista, estadista, Victor-Marie Hugo (1802 - 1885), é uma destas sempre “determinantes” e “depurativas” obras.

O trabalho em referência, cercado de misticismo e fantasia, engendrado com o que de melhor pode existir na arte da escrita, exibe, felizmente, o caráter social lamentável de uma época e denuncia as sempre injustiças que insistem em se proliferar continuamente e seguidamente na história do homem, mutilando a dignidade, acabando com o respeito e destruindo a fraternidade.

“Victor Hugo era um louco que se considerava Victor Hugo”. “Infelizmente, Victor Hugo foi o maior poeta da França”. “Victor Hugo era um surrealista genial e ao mesmo tempo um tolo sem antecessor”. Independentemente de como Victor Hugo seja considerado pelos seus admiradores ou detratores, sua influência persiste. Mas, em particular, seus “Les Misérables” incomoda, agride, oprime, pois ao escancarar a miséria no seu sentido absoluto, sem disfarces, exige de seus leitores renovadas e intensificadas reflexões sobre a dignidade humana roubada dos homens pelos próprios homens.

Considerado “o drama social e histórico do século XIX” a obra “Os Miseráveis”, embora, inquestionavelmente, constitua, também, uma produção literária de alto nível e sem igual, é fundamental, entretanto, para que os homens de distintas origens, de diferentes crenças e constituídos de diferenciadas morais abram os olhos sobre a miséria humana. Se esta obra pode ter um valor irmanado, de consenso, entre todos aqueles que a leram, é que a mesma obriga reconhecer, de forma compassiva e solidária, a miséria humana praticada ontem, hoje e sempre.

Embora, porém, existam excelentes traduções, nas mais distintas línguas, ler a obra na língua original em que foi escrita é sempre recomendado para não se correr o risco de perder parte alguma da essência, da filosofia (da razão suficiente) da obra. No caso muito particular de “Les Misérables” percebe-se que em outras línguas o estilo narrativo e descritivo perde um pouco da elegância e da riqueza características com que o autor francês dá vida a sua obra escrita em 1862.

Em outras línguas, que não a original, a redação, mesmo que, em muitas vezes seja esmerada, parece ser amenizada na intensidade psicológica quando comparada com o fausto barroco francês com o qual o implacável autor escreve, encanta e, ao mesmo tempo, aborrece (fere), castiga e oprime ao denunciar as injustiças vivenciadas na França do século XIX que, em maior ou menor intensidade, consciente ou inconscientemente, continuamos a reproduzir, nos dias atuais e em quaisquer lugares, de forma, também, miserável.

Carlos Magno Corrêa Dias

Curitiba-PR, 07/09/2012